terça-feira, junho 08, 2010

Tam Weng In (Regina) - Estudar no Estrangeiro

Nunca tinha pensado que podia estudar no estrangeiro, num país onde se falava a língua portuguesa, a qual fez com que saísse da minha cidade pequenina para o país mais ocidental da Europa, o país dos descobrimentos marítimos, dos poetas, do café, do bolo e entre outras coisas.
  Na minha opinião, estudar fora da própria cidade ou do próprio país é sempre uma experiência boa, com a qual não só podemos ficar independentes, mas também podemos “lançar a vista” para outro mundo, como todos costumam dizer. Para mim, é ainda mais significativa esta experiência: conhecer a língua, a cultura, a população e a particularidade de outro país; tomar conta de si próprio, quer no aspecto dos estudos, quer no da vida quotidiana; construir uma relação de amizade nova; experimentar em plenitude uma vida bem diferente da que tinha, etc.
  Quanto aos pontos negativos, a nostalgia da família, dos amigos e da comida feita pela mãe são exactamente os factores principais para muitos, mas o que me preocupou mais era a qualidade do ambiente de estudo, da Universidade e dos professores; a despesa do dia-a-dia também me leva a uma ansiedade, mesmo que o nível de vida em Portugal seja um dos mais baixos na Europa, é mais alto do que em Macau; o homem nunca se sente satisfeito com o presente, ao obter uma coisa, queria mais outra, esta é a situação onde me encontro: depois de fazer uma viagem, queria fazer outra, por isso, é normal que a atenção se dedique mais na viagem do que no estudo.
  A seguir é a minha experiência de estudar no estrangeiro, ou seja, o meu conto na cidade com cinco estrelas, na Covilhã…
  Estou na Covilhã há três meses, ainda não conheci toda a cidade, mas já estou habituada ao ritmo de vida e às rampas. Vim para Portugal com o objecto de estudar a língua portuguesa. Não melhorei muito esta língua, mas voltei a apanhar a língua inglesa que deixara há três anos, porque na residência moram muitos estudantes estrangeiros, como por exemplo, da Polónia, Roménia, Espanha, Itália, etc. Quanto ao estudo, tenho só duas cadeiras, são poucas comparadas com as que tinha em Macau. Mesmo que as disciplinas não sejam correspondentes às de Macau, os professores e os colegas são muito prestáveis. Esta é a primeira vez que tenho um convívio tão longo com os meus colegas macaenses. Em chinês há um provérbio: “as pessoas dão-se bem ao cumprimentar-se, dão-se mal ao viver juntos.” Os sábios prevêem sempre o que vai acontecer. No entanto, acumulei uma experiência preciosa de como conviver com os outros. No outro lado, é um desafio enorme tomar conta de mim própria, porque nunca tinha vivido sozinha, ainda bem que estou viva: antes, estive muito doente durante duas semanas e não o revelei à minha família.
  Sou do primeiro grupo de estudantes macaenses que veio estudar na Covilhã. No início, as pessoas lançaram-nos uns olhares como se fossemos do Planeta Marte, mas eram olhares simpáticos. Não somos privilegiados, mas a aparência asiática faz com que pareçamos especiais: quando fomos às festas, as pessoas pediram-nos para tirar fotografias com eles; quando andamos nas ruas, os jovens falam japonês connosco; até, quando fomos ver o treino da Selecção portuguesa, fomos entrevistados pelos jornalistas. Isto tudo ficou gravado na minha memória.
  A Covilhã é uma cidade muito especial: é tranquila de manhã, mas é animada à noite! A Covilhã é uma cidade onde predominam os estudantes: uns vindos de outras cidades de Portugal e outros de Erasmus. De manhã, passeiam na rua os idosos; à noite, saiam os jovens para os bares, discotecas e festas. No começo, sentia confusão entre vir para cá para estudar ou para gozar a vida? Finalmente, encontrei a resposta. Estudar é importante, ao mesmo tempo, também é indispensável experimentar profundamente a cultura local.
  Quando as pessoas me perguntam, “Gostas de Portugal?”
  Eu respondo, “Adoro a Covilhã!”
  A Covilhã é uma cidade boa para viver, visitar e também estudar. Dela adquiri muito e eu também deixei muito nela! O tempo na Covilhã, em Portugal vai ser o mais esquecível na minha vida toda!

Tam Weng In 

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1 Comentários:

Às 2:37 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

boa memória :)

-Regina

 

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