terça-feira, junho 08, 2010

Diana-Adela Ioniţă - Estudar no Estrangeiro

A vida muda quando nós mudamos
Viver no estrangeiro: uma experiência que tornou os meus sonhos em realidade

Dentro de duas semanas acabo a minha experiência Erasmus. Foram seis meses a estudar e três a fazer um estágio de prática no estrangeiro que realmente mudaram a minha vida. Sempre soube que é importante não passar a vida a sonhar, não mergulhar em meditação e não perder a coragem de transformar os sonhos em realidade. A minha experiência de viver no estrangeiro foi uma guerra ganha aos meus medos e preconceitos. Tive tempo de pôr a minha vida em ordem. Agora é hora de ver os resultados, mesmo que eu não vá pôr um ponto final a este período fantástico porque, praticamente, isto é um nunca acabar.
Na minha infância, não fui propriamente uma rapariga típica. Era uma miúda muito rebelde, mas no sentido bom. Algumas vezes é preciso voar contra o vento para sentir-se vivo. Eu fui assim: uma pessoa ambiciosa, de iniciativa, prática e optimista. Apesar de eu não gostar de fronteiras de qualquer tipo, não sonhei com viajar para a Lua, fazer uma tatuagem, pintar o meu cabelo de verde, conduzir o carro mesmo muito rápido ou saltar do avião. Quis fazer algo especial e útil, sem perder o controlo. Por isso, eu dei largas à minha imaginação e comecei a sonhar com viajar pelo mundo inteiro. Quando tinha onze anos, o meu sonho transformou-se em realidade. A primeira viagem ao estrangeiro abriu-me uma perspectiva nova sobre a vida. Apaixonei-me irremediavelmente pelas outras culturas, línguas, tradições, tudo isso que era tão diferente do que eu conhecia desde que era pequenina, mas tão bonito e interessante.
Conheci pessoas de confiança, com corações de ouro que se tornaram nos meus amigos. As amizades que começaram aqui são umas das coisas mas importantes que eu ganhei durante esta experiência: umas amizades que não podem ser trocadas por nenhuma riqueza, umas amizades para a vida toda.
Estudar e trabalhar no estrangeiro trouxe-me sempre tudo positivo. Apesar de haver muitos obstáculos, converti os problemas em oportunidades de aprender coisas importantes. Vi tudo cor-de-rosa. Experimentei as minhas forças e ganhei mesmo muita experiência profissional e também de vida. Viver longe de casa e de tudo que me dava confiança não foi sempre simples, mas foi assim que eu descobri verdadeiramente os meus pontos fortes e fracos. Aprendi, por experiência própria, a fazer as coisas com mais atenção e ser mais responsável.
Quando eu estava lá em casa, tinha um quarto só para mim. Morar na residência foi um pouco estranho, mas assim aumentei o meu espírito de cooperação para uma boa convivência. Não foram poucas as noites maravilhosas de festa, com karaoke, sangria e pastéis de nata. Também, não foram poucas as noites de trabalho, antes dos exames, com muito café. Umas vezes estava com muitas saudades da minha família e dos meus amigos, outras vezes estava cansada e chateada e não me apetecia sair de casa, mas a minha nova família Erasmus conseguia fazer-me sorrir sempre. Além disso, acho que é extraordinário termos a oportunidade de visitar lugares especiais que só vimos na televisão. Vivemos uns meses maravilhosos juntos.
Muitas pessoas disseram-me que vai ser difícil viver no estrangeiro porque não sei cozinhar e confesso que, no princípio, estava com um pouco de medo por isso. Depois de ter queimado a comida no microondas e accionar o alarme de incêndio na residência, comecei comer na cantina e aproveitei esta oportunidade para provar comidas típicas portuguesas. Ainda mais, esta foi uma circunstância oportuna para fazer amigos, porque muitos estudantes comiam lá. Além disso, quando gastei o dinheiro todo, em vez de me queixar, aprendi a partilhar com alegria uma tosta mista com os meus colegas e ir a pé todos os dias. Assim, com as subidas e descidas da Covilhã, não tive que pagar nenhuma propina para fazer desporto.
Com certeza absoluta, estudar e trabalhar no estrangeiro é mais difícil do que em casa. Em primeiro lugar, falar e escrever noutra língua não é nada fácil. Às vezes, pareceu-me que perdi muitas oportunidades de expressar as minhas opiniões por causa disso. Também, se fossem em romeno, os exames corriam melhor. Senti muita pena de não ter feito o meu melhor, mesmo quando eu sabia muitas coisas. Em segundo lugar, os esforços duplicaram: tive que passar mais tempo a estudar e ir para biblioteca muitas vezes. Mesmo que às vezes estivesse cansada de fazer isto, houve partes boas também. Consegui aprender muitas coisas interessantes e desenvolver as minhas habilidades que me vão ajudar na minha futura profissão. Acho muito bom trocar informações e ideias com os estrangeiros. Não há nada mais estimulante do que ouvir pontos de vista variados sobre o mesmo tema. Quando estas ideias vêm da parte dumas pessoas com um contexto sociocultural totalmente diferente é ainda mais interessante. Aliás, aprendi a evitar os conflitos interculturais, comunicar eficientemente e respeitar as diferencias. 
       Depois duma experiência como esta sou diferente: mais responsável e madura mas com um espírito de aventura e jovem, mais preparada para enfrentar os problemas da vida mas com um desejo grande de gozá-la. Tive o privilégio de ter encontrado uma ocasião óptima que não só transformou os meus sonhos em realidade, mas que me deixou vivê-los melhor do que eu sonhei. Sou uma pessoa feliz e com sorte, por conseguir fazer aquilo que realmente gosto imenso.
 
Diana-Adela Ioniţă

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